tag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post3764244129180577395..comments2022-04-02T14:55:28.220-07:00Comments on Desconfundir: O Drama Europeu: A Problemática – A Ameaça Chinesa e a Crise da Dívida SoberanaDesconfusohttp://www.blogger.com/profile/03485691322564667056noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-25138045247134195532016-02-10T11:38:55.860-08:002016-02-10T11:38:55.860-08:00Até à primeira metade do teu paragrafo, parecia qu...Até à primeira metade do teu paragrafo, parecia que me estavas a ler a mente :) Quanto à segunda metade, aguardo pelos próximos textos!Marcelino Cardosohttps://www.blogger.com/profile/04084697484878217579noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-764669686798968082016-02-09T16:39:11.927-08:002016-02-09T16:39:11.927-08:00Eu compreendo a tua posição; tu dir-me-ás que o pr...Eu compreendo a tua posição; tu dir-me-ás que o problema estará na criação de uma moeda comum sem uma política fiscal comum, num BCE que deveria ser independente mas que obedece a uma agenda política sequestrado pelo PPE e no fundo aquilo que eu abordarei na 2ª parte desta trilogia do Drama Europeu que é a criação de uma Europa a 2 velocidades que no fundo apenas serve para crispar posições e divisões no seio da Europa e assim antagonizar ainda mais os países que integram o projecto europeu. E dir-me-ás que aí é que reside a verdadeira problemática neste drama europeu e a perda da sua identidade. Dir-me-ás isso e tens razão...Agora eu responderei que esses seriam problemas menores e superáveis se a Europa mantivesse um poderio financeiro no panorama mundial que lhe permitisse ter uma preponderância política relevante, todos esses problemas seria sanáveis e adiáveis; o facto da Europa ter perdido essa relevância colocou um carácter de urgência na resolução desses problemas o que precipitou uma resposta desastrosa (que abordarei no meu próximo texto) que apenas contribuiu para um agravar da situação, no que à crise financeira e crise identitária diz respeito. A identidade da Europa que existia até agora passava por deter um papel de relevância no panorama político internacional facultada pelo seu preponderância financeira. Essa identidade deixou, inquestionavelmente, de existir e dada a inexistência de outras matrizes identitárias, como fizeste questão e bem de referir, fez com que a Europa ficasse órfã de uma identidade e entrasse numa crise identitária, decorrente da sua crise financeira e talvez de mais difícil resolução. Sandro Morgadohttps://www.blogger.com/profile/07748504374946584295noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-28426169830879581652016-02-09T13:59:33.211-08:002016-02-09T13:59:33.211-08:00Não tenho nada contra idealismos, só não gosto é d...Não tenho nada contra idealismos, só não gosto é dessa versão do ideal europeu em particular(i.e, a UE como forma de restaurar o poder externo da Europa). De qualquer forma, gostando ou não gostando, o meu ponto é que não me parece que seja o falhanço na concretização desse ideal que esteja a desgraçar o europeísmo.Marcelino Cardosohttps://www.blogger.com/profile/04084697484878217579noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-90485445983224125242016-02-09T12:58:19.300-08:002016-02-09T12:58:19.300-08:00Quanto a idealismo e à visão dos idealistas da Eur...Quanto a idealismo e à visão dos idealistas da Europa, esse será a substância do último texto desta trilogia do Drama Europeu...Não deverias, no entanto, referir-te a idealismo e idealistas com tamanha condescendência e desprezo pois julgo sinceramente que uma das grandes causas do retrocesso civilizacional que, na minha opinião estamos a assistir, se deve à subjugação do idealismo ao pragmatismo e de pragmáticos que fazem da Europa um castelo tecnocrata e burocrata kafkiano, estou eu farto!Sandro Morgadohttps://www.blogger.com/profile/07748504374946584295noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-86704265231066914342016-02-09T12:49:07.188-08:002016-02-09T12:49:07.188-08:00É claro que ser um mercado para produtos europeus ...É claro que ser um mercado para produtos europeus é também um factor da influência chinesa tal como muitos outros que não referi como por exemplo a infiltração de empresas do estado chinês em sectores empresarias estratégicos de vários países ocidentais...Por exemplo, se o Estado Chinês assim entender, deixa de haver luz em Portugal. Mas estes são factores adquiridos numa fase posterior ao surgimento da China enquanto potência mundial, esses são factores de influência adquiridos pela China já enquanto potência mundial e por isso não os referi, uma vez que incidi sobretudo nos factores que possibilitaram esse mesmo surgimento da China enquanto potência mundial, quando esta ainda não o era, e não nos factores que proporcionam essa mesma influência adquiridos quando a China era já uma potência mundial e tinha já poder de compra para alimentar as exportações de inúmeros países europeus e não só. Quanto ao facto da compra de títulos de dívida ser também um factor de risco para a própria China é verdade mas a probabilidade de um nº significativo de países entrar em "default" e tal originar perdas significativas para a China é muito menor do que a probabilidade desses mesmos estados conseguirem arranjar compradores de dívida alternativos á China que garantam um nível de procura semelhante e logo "yields" baixas, e por isso neste jogo em que ambos podem perder, será sempre muito mais fácil fazer "call" ao bluff dos países ocidentais vendedores de dívida, do que à China. Por ultimo, no que á perda identitária da Europa diz respeito, eu julgo que havia e existe claramente uma partilha de valores que faziam da Europa uma identidade; por exemplo, julgo claramente haver uma muito maior heterogeneidade cultural e de valores nos EUA do que na União Europeia e no entanto existe uma identidade clara comum que os faz ser um único pais..É claro que poderás argumentar o facto de terem um único idioma e em termos de governação serem de facto unificados, mesmo com a diferença entre legislatura federal e estadual. Ainda assim, isso são meras formalizações pois no que à identidade real intrínseca diz respeito, julgo sinceramente haver uma muito maior identificação entre um grego e um alemão do que entre um nova iorquino e um texano, muito mais em comum entre um português e um sueco do que um californiano e um tipo do Mississippi. No entanto não vês, mesmo com eleições presidenciais em que um Obama pode ser substituído por um Trump, manifestações de desagregação identitária e de desunião como vês na Europa. E não o vês porque a uni-los está a argamassa que permite solidificar identidades e que as impede de desagregar e desintegrar; essa argamassa é o poder e o poder de um país manifesta-se sempre na sua influência externa. E o meu post ia sobretudo de encontro a essa ideia, a ideia de que a perda de poder significa o dissolver da argamassa que faz da União uma identidade coerente e é a perda desse poder real que põe a Europa a falar a várias vozes e expõe as diferenças que com tamanha contundência referiste.Sandro Morgadohttps://www.blogger.com/profile/07748504374946584295noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5979847173660920390.post-33231425601680686502016-02-09T09:13:53.872-08:002016-02-09T09:13:53.872-08:00Sandrao, num outro post disseste que gostavas do c...Sandrao, num outro post disseste que gostavas do contraditorio. Pois bem, quero deixar-te os meus “2 centimos” na materia. <br />Falta-te outro factor, porventura ate o mais importante, gerador da influencia economica mundial da China: a possibilidade dos paises ocidentais poderem exportar para o gigantesco mercado chines. Concretamente, tenho poucas duvidas que a possibilidade da Alemanha (...perdao, queria dizer UE) poder exportar carros para a China esta na origem do fechar de olhos a concorrencia injusta que eles fazem.<br />Por outro lado, nao sei ate que ponto as enormes reservas externas da China conferem assim tanto poder 'a China: i) porque dada a dimensao da sua economia eles tem necessariamente que manter reservas enormes para evitar fugas de capitais (o ultimo artigo que li sobre o assunto indicava que as reservas actuais sao basicamente o valor medio do intervalo recomendado), ii) depois porque as enormes reservas significam que estao enormemente expostos ao risco de incumprimento ocidente. Por outras palavras, num caso extremo podem ser obrigados a continuar a comprar divida europeia ou americana para evitar perder tudo o que tem no mealheiro deles (tal como a Alemanha foi, segundo dizem, obrigada a "resgatar" a grecia para evitar um colapso dos proprios bancos alemaes).<br />Mas, se me permites, o ponto mais importante que quero salientar e’ o seguinte. Penso que a “decadencia europeista” existe porque o sentimento europeu esta em retirada entee os europeus. E penso que esse sentimento esta em retirada nas sociedades europeias, porque nunca existiu uma verdadeira identidade politico-cultural europeia (para alem da generica identidade civilizacional, comum tambem aos paises do novo mundo) para alem do mutuo interesse. Como a UE aparentemente deixou de contribuir para a melhoria da vida dos europeus, qualquer aparencia de identidade politica europeia esta a esbater-se. Nao sei ate que ponto a perda de influencia externa tem muita influencia na “decadencia europeista”, para alem daqueles idealistas que veem a UE sobretudo como um meio para contrabalancar os EUA.Marcelino Cardosohttps://www.blogger.com/profile/04084697484878217579noreply@blogger.com