quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Presidenciais 2016:…e não votarei em nenhum outro candidato em Nome da Indiferença!

Embora continue a passar ao lado do mediatismo nacional, por motivos variadíssimos, a verdade é que estamos na iminência de escolher o chefe de Estado Maior e figura máxima da democracia para os próximos cinco complicados anos da vida dos portugueses. Na questão de saber quem será o sucessor do “cavaquismo”, que impregnou de sisudez parcial e muitas vezes irracional o Palácio de Belém, após responder à questão fundamental e primeira de “votar ou não votar em Marcelo Rebelo de Sousa?”, impõe-se a pergunta secundária decorrente da resposta negativa à primeira: “Em quem votar então?”

No que ao vosso escriba diz respeito, a resposta à pergunta secundária não se altera da primeira e a negativa continua a imperar na minha receptividade às Presidenciais 2016 e aos seus candidatos. No entanto, embora o sentido da resposta seja o mesmo a fundamentação da mesma difere e se a negação de votar em Marcelo Rebelo de Sousa se sustentava numa motivação de diferença (escalpelizada no anterior texto), a razão para não votar em mais nenhum outro candidato manifesta-se na indiferença com que essas mesmas candidaturas se me apresentam e que uma campanha vazia de ideias não ajudou a dissipar. Ainda assim, e a bem da democracia, a indiferença que tais candidaturas me suscitam não deverá ser impeditiva de analisar, um a um, os candidatos e os motivos que me levam a não votar neles, não deixando, assim, nenhum de fora e a todos, candidatos de primeira ou de segunda, rejeitar categoricamente.

Marisa Matias e Edgar Silva – jamais votaria para presidente quem não considero ser candidato presidencial mas meras extensões de propaganda ideológica e disseminação de mensagem política dos aparelhos partidários que os apoiam; as candidaturas de Marisa Matias e Edgar Silva não têm o intuito de os constituírem verdadeiros candidatos a Presidente da República mas tão somente aproveitar o tempo de antena reservado à campanha presidencial com o fito único de cumprir a agenda e calendário político dos respectivos partidos que as sustentam. Como tal, e por não os considerar verdadeiros candidatos presidenciais, não os dignificarei com uma análise das suas candidaturas (não) presidenciais.

Cândido Ferreira- não o conhecendo, este candidato fez questão de revelar toda o seu pedantismo ao gabar-se, pomposamente, no debate dos 9 candidatos de 19 de Janeiro que era ali o único que tratava por “tu” António Costa, expondo, dessa forma, uma mesquinhez de carácter tão pequena que não lá caberá a cruz do meu voto.

Henrique Neto – se Marcelo Rebelo de Sousa é o “grande magnânimo”, Henrique Neto assume, nestas presidenciais, o papel do “grande ressabiado” e qualquer candidatura a um serviço público, nascida e movida por um sentimento tão pequeno como o ressabiamento, está condenada ao fracasso.

Jorge Sequeira – o candidato do “Nuorte” marcou a sua candidatura com as piadas sexuais de mau gosto dirigidas a Marisa Matias…embora compreenda que uma piada sexual para ter piada tem, inevitavelmente, de ser de mau gosto e de achar que a ingénua incompetência de quem concebeu os infames cartazes de “Uma para Todos” ser merecedora de tais observações de promiscuidade, não quero correr o risco de, por um piropo mal direccionado à Sra. Merkel, ter a Alemanha a querer anexar-nos.

Paulo Morais – julgo sinceramente que o Sr. “Anti-Corrupção” está nesta campanha enganado…quando recebeu a Newsletter do “OfertaEmpregos” deve ter “clickado”, por engano, no link que dizia “Aceitam-se candidaturas a Presidente da República” quando o que queria mesmo era clicar no link ao lado “Procuram-se Inspectores da Polícia Judiciária”. Para que o seu engano não ganhe proporções grotescas, não me enganarei eu em votar nele.

Vitorino Silva - não votarei em Vitorino Silva para que não deixe existir o Tino de Rans, esse ser capaz de, numa linguagem tão popular e familiar, sintetizar cristalinamente a pobre e vazia campanha presidencial de 2016: “eu não venho para aqui para “intrigalhadas” e há uma parte do debate que não me interessa para nada…eu até estou para aqui a fazer bonequinhos.”

Maria de Belém – desde início, se houve candidato que inspirou o meu mais profundo distanciamento e indiferença, quase a raiar a repulsa, foi Maria de Belém; não sabia, no entanto, explicar porquê e tal sentimento edificava-se somente numa vaga intuição que associava esta figura a tudo o que de mais bafiento tem a política…sempre a vi como a candidata do “sistema”, seja lá o que raio é o “sistema”. No entanto, nunca conseguia substanciar esta minha vaga ideia em algo de concreto e tal inquietava-me…até que foram conhecidos os subscritores e “pedintes” da reposição das subvenções vitalícias e aí, aí tudo fez sentido. Maria de Belém, a candidata da “força do carácter”, revelou o seu verdadeiro carácter e a minha vaga intuição materializou-se neste corpo concreto de uma mulher que vive da política e para a política que a sirva a ela.


Sampaio de Nóvoa – é o candidato, pelo seu posicionamento ideológico, pelas ideias que defende e pela própria forma como nasceu e foi conduzida a sua candidatura que me poderia levar a não votar em branco; no entanto, e paradoxalmente, o seu principal “slogan” é a razão pela qual não votarei nele. Sampaio da Nóvoa apregoou, durante toda a campanha presidencial, que este é um tempo novo e que ele é o candidato desse mesmo tempo novo. Tem razão no primeiro predicado da frase anterior mas não a tem para o segundo…é de facto um tempo político novo o que vivemos mas é um tempo novo feito de grandes desafios e de grandes riscos (conforme referiu e bem o meu co-blogger Marcelino Cardoso em "Governo de Alto Risco") e que por isso mesmo necessita de um presidente experienciado politicamente, com traquejo e peso político. Não nos iludamos! Se quisermos, como eu quero, que este tempo novo continue e dure pelo menos uma legislatura, irão existir alturas em que será necessária a colaboração e consentimento do PSD, ignorar isso é ignorar que foi o PSD quem mais votos teve nas últimas legislativas; e para que isso possa acontecer, para que o PSD e os partidos que suportam o actual governo ajam responsavelmente com vista à harmonização deste novo tempo, é imprescindível um presidente com peso político incontestável e uma envergadura popular que o faça ser ouvido quer por uns quer por outros, um presidente com experiência neste tipo de negociações e conhecedor dos corredores onde acontece a “real politiks” e esse candidato não é Sampaio da Nóvoa…Não votarei em Sampaio da Nóvoa porque este é um tempo novo que não admite um presidente novato! 

2 comentários:

  1. Ao Sampaio da Novoa acrescento que o facto de usar dois nomes de familia tambem nao joga a seu favor :)

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  2. E que família...aquilo é mesmo daquelas que usa brasão, indicador, de facto, que não tem pedigree de um verdadeiro socialista! :-)

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